quarta-feira, 4 de junho de 2014

Identificada a 'Godzilla' das Terras


Foi descoberta pelos astrónomos uma nova classe de planetas. Maiores que os já conhecidos 'super-terras', a estes chamaram-lhe 'mega-terras'. O Kepler-10c é um desses planetas, um mundo sólido e rochoso, com uma massa equivalente a 17 Terras, algo nunca visto até agora e que, aliás, parecia impossível existir no espaço, uma vez que um planeta tão grande deveria ser gasoso e não sólido.
Trata-se de um planeta com uma superfície dura e rochosa muito semelhante ao nosso mundo só que muito, muito maior.
A descoberta foi anunciada pelos investigadores do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica (CfA), nos Estados Unidos. Um novo tipo de planeta, um mundo sólido e rochoso, mas com uma massa equivalente a 17 Terras.
E, pelo que sabemos até agora, esse planeta não deveria sequer existir, uma vez que algo tão grande teria que atrair grandes quantidades de hidrogénio e tornar-se, como é habitual, num gigante gasoso como Júpiter. Mas nunca num planeta rochoso como a Terra. Kepler-10c, no entanto está lá. É sólido e muito maior do que qualquer outro descoberto até então, uma "mega Terra". Tanto é assim que até deu origem a uma nova categoria: 'mega-terras'.
"Ficamos atónitos quando percebemos o que havíamos encontrado", disse Xavier Dumusque, autor da descoberta e diretor da investigação. "Ele é o Godzilla das Terra!! Embora, ao contrário do monstro do cinema, Kepler-10c tem implicações positivas para a vida. " acrescenta.
O novo planeta orbita uma estrela semelhante ao Sol uma vez a cada 45 dias, ou seja, invulgarmente rápido para um mundo com a sua massa. E está localizado a cerca de 560 anos-luz de distância, na constelação de Draco, e é parte de um sistema que inclui também um planeta de lava com três massas terrestres (Kepler-10b), que completa uma órbita em apenas 20 horas.
Como o próprio nome indica, Kepler-10c foi visto pela primeira vez pela sonda Kepler, uma nave especialmente concebida para procurar exoplanetas (planeta extrassolar que orbita uma estrela que não seja o Sol) e que já identificou cerca de três mil mundos fora do nosso sistema solar.

Ensaios clínicos a novo medicamento oncológico

A empresa de Coimbra Luzitin iniciou há cerca de uma semana, no Porto, os ensaios clínicos exploratórios ao "primeiro medicamento oncológico português" a atingir esta fase, com o objetivo de que este seja uma alternativa à quimioterapia e à cirurgia.

Sérgio Simões, presidente da Luzitin, disse à agência Lusa que o medicamento, que é o primeiro em Portugal a atingir a fase de ensaios clínicos, poderá chegar ao mercado "em quatro anos".
O medicamento, segundo o responsável, é "teoricamente aplicável a todos os tumores", tendo como uma das vantagens "apresentar bastante menos efeitos secundários que outras terapêuticas, como é o caso da quimioterapia".
O ensaio exploratório, em que estarão envolvidos 20 doentes, pretende avaliar "a segurança, tolerabilidade e eficácia" do medicamento para "tumores avançados de pescoço e cabeça", sendo possível no futuro alargar o tratamento "a outros, como o cancro gástrico, do pulmão ou do colo do útero", informou Sérgio Simões.
A terapia fotodinâmica desenvolvida pela empresa de Coimbra consiste na "administração injetável de um fármaco. Espera-se 15 minutos e depois faz-se incidir um feixe de luz que incide apenas no local do tumor. Com a luz, o medicamento é ativado e mata as células tumorais, poupando-se todos os outros órgãos", explicou.
A seletividade da radiação "confere mais segurança que a quimioterapia e mantém uma eficácia interessante, facilidade de uso e um custo de efetividade razoável para que possa chegar a todos os doentes", salientou o presidente da Luzitin.
Sérgio Simões disse à agência Lusa que este medicamento é uma forma de mostrar "que em Portugal é possível a transferência da excelência da ciência produzida nas universidades para a clínica".
O desenvolvimento do medicamento começou com a descoberta das moléculas num projeto de investigação na Universidade de Coimbra (UC), que "durou quase cinco anos", contou.
Posteriormente, foi criada a 'start-up' com o apoio da UC, da empresa farmacêutica Bluepharma, também sediada em Coimbra, e de uma empresa de capital de risco, e as moléculas foram transformadas em medicamento - processo que demorou mais de três anos.
"O objetivo é agora levar da clínica ao mercado", destacou Sérgio Simões, recordando que os ensaios clínicos exploratórios, coordenados por dois professores do Instituto Português de Oncologia do Porto, deverão decorrer "até setembro ou outubro".
Após essa etapa, será necessário avançar para "a fase de ensaios confirmatórios, que têm de envolver um número de doentes maior" e que podem demorar dois anos e meio, sendo ainda necessária a avaliação da terapêutica pelas autoridades reguladoras, acrescentou.

Junho, um mês de chuvas de estrelas




Em condições próximas do ideal, os portugueses podem este mês observar 22 fenómenos de chuvas de estrelas. O primeiro é visível já na noite de quarta para quinta.
Com maior ou menor intensidade, são 22 os fenómenos que irão ocorrer ao longo do mês de junho. Rui Agostinho, do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), salienta que "quando se apresentam estes dados pressupõe-se que a observação é feita em condições próximas do ideal". Isto é, num local sem luminosidade e com Lua Nova.
A primeira chuva de estrelas ocorre na noite de quarta para quinta-feira, com dois fenómenos quase em simultâneo, as Omega Escórpidas e Escórpidas Sagitáridas, Para observar este fenómeno deve-se olhar para sul, em direção à constelação de Escorpião.
A segunda chuva de estrelas, no dia 5, está associada ao cometa Mellis de 1915. As estrelas cadentes parecem vir da constelação de Sagitário, visível também a sul. Os meteoros têm também velocidades moderadas ou lentas. Neste dia é ainda possível observar a chuva de Chi Escórpidas, novamente a partir da constelação de Escorpião.
No dia 6, proveniente da constelação de Sagitário, é possível ver a chuva de estrelas das Gamma Sagitáridas, enquanto a 7 será possível observar duas chuvas de estrelas em simultâneo: as Ariétidas e as Zeta Perséidas.
As Ariétidas são a chuva mais importante de junho, uma vez que irão cair uma média de 66 meteoros por hora. É possível ver esta chuva olhando para Noroeste, na direcção da constelação de Carneiro. O melhor momento para as ver é antes do amanhecer.
Próximo desta radiante, e a sul da mesma, encontram-se as Zeta Perseídas, uma das chuvas mais importantes do mês. Visível também pouco antes do amanhecer, irá produzir uma média de 20 meteoroso por hora. Também será visível na noite de 9 de junho.
Seguem-se depois fenómenos com menor impacto visual, como as Escórpidas e a Líbridas (8 de junho), a chuva das Tau Hercúlidas (9 de junho) e as Theta Ophiúchidas (10 de junho).
A 15, 16, 18, 20 e 26 de junho é ainda possível ver vários outras chuvas de estrelas. A 27 de junho ocorrem quatro chuvas: Tau Cétidas (constelação de Baleia), as Escútidas, cuja radiante se localiza na constelação de Escudo, as Rho Sagitáridas, com a radiante na constelação de Sagitario e as Boótidas de Junho, com uma radiante visível na constelação do Pastor.
A 29 de junho é possível a chuva das Beta Táuridas, com a radiante visível ainda durante o dia. O Sol encontra-se alinhado com a constelação de Gémeos, perto de Touro. A observação será mais favorável antes do amanhecer. Phi Ofiúquidas, visível na constelação de Oficúo, e Tau Acuáridas, são as últimas duas chuvas, ambas com pouco impacto em termos de visibilidade de meteoros.
"Trata-se de uma coincidência estas ocorrências todas no mesmo mês", refere Rui Agostinho. Que explica que, ao longo das décadas, "os cometas vão deixando rastos de poeiras em órbitas que passam próximo da órbita da Terra". "Como a cauda do cometa ocupa um grande volume no espaço, a órbita da Terra acaba por passar nesta nuvem de detritos", justifica o responsável do Observatório Astronómico de Lisboa.

Investimento de €1,3 milhões vai repor biodiversidade da Berlenga



Durante os próximos quatros anos, a Reserva Natural das Berlengas será alvo de um projecto de restauração ambiental que tem como principal objectivo garantir a preservação dos seus valores naturais. A parceria, que junta uma ONG, o Estado, uma autarquia e uma universidade, prevê assim aliar desenvolvimento sustentável, turismo responsável e conservação dos valores naturais da Reserva Natural das Berlengas, num exemplo de gestão de uma área protegida.
O projecto chama-se LIFE+ Berlengas e foi um dos cinco aprovados para Portugal, no âmbito do Programa LIFE+ da União Europeia.
O Life+Berlengas iniciou-se a 1 de Junho e terá como principal objectivo tornar o arquipélago das Berlengas num exemplo de turismo sustentável e desenvolvimento económico responsável, através da integração de todas as atividades económicas com os incríveis valores naturais existentes. A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves – SPEA – irá coordenar a implementação do projecto, contando com três parceiros essenciais: o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, a Câmara Municipal de Peniche e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Com um investimento de 1,3 milhões, dos quais 50% são co-financiados pela Comissão Europeia, o projecto vai ajudar a repor valores naturais do arquipélago. “Tal como noutros projectos semelhantes levados a cabo pela SPEA, é [também] feito um investimento substancial que visa o benefício das comunidades locais e a sustentabilidade das acções de Conservação da Natureza”, explica a SPEA em comunicado.
“Ao longo do projecto será realizada a avaliação da capacidade de carga das Berlengas e serão dadas recomendações para a exploração sustentável dos seus recursos naturais. Serão colocadas em prática acções de mitigação de capturas acidentais de aves marinhas em artes de pesca, bem como de controlo das espécies de mamíferos introduzidos pelo Homem e plantas invasoras”, continua a associação.
O arquipélago das Berlengas e as suas águas circundantes sofrem dos efeitos da crise económica, pelo que as autoridades portuguesas têm tido dificuldades em garantir a boa preservação deste frágil ecossistema. “Pretende-se utilizar o incrível potencial turístico do arquipélago das Berlengas e de Peniche para promover e reverter este santuário natural à sua forma original, mantendo todos os valores naturais que representam o capital turístico desta área”, explicou Luís Costa, director-executivo da SPEA,
A cidade de Peniche e as Berlengas são um importante destino turístico do país, recebendo mais de 200 mil visitantes por ano.