quinta-feira, 30 de julho de 2015

Vacina experimental contra coronavírus MERS com resultados promissores em animais

Vacina experimental contra coronavírus MERS com resultados promissores em animais

Ratos vacinados produziram anticorpos que neutralizaram a MERS, de acordo com um estudo do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos.

Uma vacina experimental contra a Síndrome Respiratória do Médio Oriente (MERS) mostrou sinais promissores em testes em animais, gerando uma resposta do sistema imunitário que pode abrir caminho a uma vacina para pessoas, revelaram hoje investigadores.
Atualmente, não há vacina contra o coronavírus, que surgiu pela primeira vez em 2012 e causou vários contágios, inclusive um surto na Coreia do Sul.
Ratos vacinados produziram anticorpos que neutralizaram a MERS, de acordo com um estudo do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos.
As vacinas que causaram as maiores respostas imunitárias em ratos foram depois administradas em macacos.
Quando tomaram a vacina, sendo depois expostos a uma versão do vírus, os macacos ficaram protegidos de uma grave infeção pulmonar característica da MERS.
Os investigadores estão agora a trabalhar em versões da vacina que possam ser testadas em humanos.
Na Coreia do Sul o surto de MERS infetou cerca de 180 pessoas e matou 36. A Organização Mundial de Saúde identificou 1.368 casos desde 2012, incluindo 490 mortes, a maioria na Arábia Saudita.

Sexta-feira [31/07/2015] é noite de lua azul

A última lua azul foi em agosto de 2012

Amanhã olhe para a lua. O satélite da Terra não vai estar mais azul do que o costume, mas o fenómeno é raro na mesma.

Não, o nosso satélite natural não vai surgir nos céus azul. "Lua azul" é o nome que se dá à segunda Lua Cheia que ocorre num mês - e como este mês já houve uma a 2 de julho a próxima será "azul". O fenómeno é relativamente raro e repete-se apenas em janeiro de 2018.
As luas azuis ocorrem porque o mês lunar não está sincronizado com os nossos meses. São precisos 29,5 dias para que a Lua faça uma órbita em redor da Terra, tempo durante o qual vemos o satélite em todas as suas fases - da Lua Cheia à Lua Nova, passando pelos quartos minguante e crescente. Os meses têm 30 ou 31 dias (exceto fevereiro), pelo que ocasionalmente há duas luas cheias no mesmo mês. À segunda dá-se o nome de lua azul.
Em inglês existe a expressão "once in a blue moon", que significa literalmente "uma vez numa lua azul", para se fazer alusão a um acontecimento raro. A última lua azul foi registada em agosto de 2012 e antes disso em dezembro de 2009.
De acordo com o Observatório Astronómico de Lisboa, "a origem da designação lua azul remonta ao século XVI, quando algumas pessoas que observavam a Lua a olho nu achavam que ela era azul". Segundo a mesma fonte, "anos depois, discussões a respeito deste assunto, mostraram que era um absurdo a lua ser azul, o que gerou um novo conceito para lua azul como significado de 'nunca'. Com esse significado de algo muito raro, começou-se a dizer que a segunda Lua Cheia de um mês era uma lua azul".
Há contudo casos na história em que a Lua apareceu mesmo nos céus com a cor azul. Em 1883, quando se deu uma explosão no vulcão Krakatoa, na Indonésia, os gases em expansão na atmosfera fizeram com que Lua tivesse uma aparência azulada na altura em que estava próxima do horizonte. Outro episódio remonta a 1951, quando um grande incêndio florestal no Canadá lançou muitas partículas na atmosfera, criando o mesmo efeito.

Estudo revela que diabetes reduz fertilidade masculina

Estudo revela que diabetes reduz fertilidade masculinaOs investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular de Coimbra descobriram que os níveis elevados de açúcar podem reduzir a produção de esperma.
Um estudo desenvolvido por investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) de Coimbra revela que a diabetes pode contribuir para a infertilidade masculina, anunciou hoje a Universidade daquela cidade.
"Os níveis elevados de açúcar [no sangue] não têm efeito direto nos espermatozoides, mas poderão comprometer a produção de esperma, contribuindo assim para a infertilidade masculina, evidencia um estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores do CNC", afirma uma nota da Universidade de Coimbra (UC), hoje divulgada.
O elevado nível de açúcar no sangue (a hiperglicemia) "desempenha um papel importante, mas não decisivo, na disfunção do espermatozoide maduro", sustenta Sandra Amaral, especialista que lidera o estudo.
"Neste sentido, temos conduzido mais investigação, que irá ser publicada brevemente, que sugere que a hiperglicemia influencia mais o processo da formação dos espermatozoides (a espermatogénese), do que os espermatozoides em si", acrescenta a investigadora do grupo de Biologia da Reprodução e Células Estaminais do CNC.

Para Sandra Amaral "este trabalho constitui um passo importante no esclarecimento dos mecanismos de ação da diabetes no sistema reprodutor masculino, permitindo delinear novas abordagens para estudos futuros".
A pesquisa realizou-se num sistema 'in vitro', possibilitando controlar e identificar todas as condições às quais os espermatozoides são expostos, refere a UC, sublinhando que este estudo é inovador, por "avaliar vários parâmetros de funcionalidade espermática, que não são usualmente avaliados", mas que "fornecem informação muito mais detalhada sobre esta célula tão particular".

Nas últimas décadas, tem-se assistido a "um notório aumento do número de casos da diabetes em todo o mundo, sendo que, atualmente, ultrapassa já um milhão de casos em Portugal", que é "um número preocupante" para uma população com a dimensão da portuguesa.
A diabetes constitui uma das principais causas de morte nos países desenvolvidos e "tem efeitos prejudiciais em quase todos os sistemas de órgãos", não sendo o sistema reprodutivo uma exceção.
"Apesar de a diabetes ser uma doença multifatorial, existem várias indicações de que a hiperglicemia será o principal promotor das alterações promovidas pela doença", sustenta Sandra Amaral.
Mas "não excluímos a possibilidade do envolvimento de outros fatores, como o stress oxidativo ou processos inflamatórios que, conjuntamente com a hiperglicemia, poderão ter efeitos igualmente nefastos nos espermatozoides", observa a investigadora.
Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o estudo, que já foi publicado na revista 'Reproduction', foi desenvolvido, ao longo de vários anos, em colaboração com o serviço de Reprodução Humana do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.
O grupo de investigadores envolvidos neste trabalho é constituído, além de Sandra Amaral, por Renata Tavares e por Joana Portela (primeiras autoras), por Paula Mota e por João Ramalho-Santos, que é presidente do CNC.


Identificado tratamento para evitar recaídas na leucemia mieloide crónica

A equipa liderada por Carsten Riether identificou "um mecanismo para a resistência ao tratamento" neste tipo de cancro


A equipa de investigadores identificou "um mecanismo para a resistência ao tratamento" neste tipo de cancro.

Um estudo publicado na revista Science Translational Medicine identificou um tratamento para evitar recaídas em pacientes de leucemia mieloide crónica, uma doença que representa cerca de 9% dos casos de leucemia.
No artigo, publicado na quarta-feira e intitulado "Um duplo golpe contra a leucemia mieloide crónica", é explicado como um grupo de investigadores, liderados por Carsten Riether, da Universidade de Berna (Suíça), acredita ter encontrado forma de evitar que, após receberem tratamento, os pacientes tenham recaídas.
A leucemia mieloide crónica é habitualmente tratada com a substância ativa 'imatinib' e outros inibidores de tirosina cinases (enzima).
No entanto, de acordo com o artigo, estes tratamentos não erradicam as células-mãe da leucemia, o que faz com que alguns pacientes tenham recaídas.
A equipa liderada por Riether identificou "um mecanismo para a resistência ao tratamento" neste tipo de cancro, que se pode obter inibindo a atividade da molécula CD70, algo que, de acordo com o estudo, pode permitir criar aplicações clínicas.

Os misteriosos arcos vermelhos de uma lua de Saturno

Uma das imagens divulgada pela agência espacial onde são visíveis os raios avermelhados


Há uma espécie de grafiti encarnado à superfície de Tétis. A NASA ainda não tem explicação e precisa de ver mais de perto.

Não é grafiti, mas parece. A sonda Cassini, da NASA, captou no passado mês de abril as imagens que estão a surpreender os responsáveis pela missão. Só agora tornadas públicas, mostram alguns arcos encarnados que atravessam a superfície gelada de Tétis, uma das luas de Saturno. "São algumas das imagens a cores mais insólitas captadas até agora pelas câmaras de Cassini", admite a agência espacial norte-americana.
Nas fotografias, foram utilizados filtros especiais verdes, infravermelhos e ultravioletas, para que ficassem destacadas até as mais leves diferenças de cor que estavam invisíveis ao olho humano.
Estes arcos avermelhados já tinham sido detetados de forma difusa em anteriores observações da sonda, que desde 2004 está na órbita de Saturno. Mas as últimas imagens recolhidas, com melhores condições de iluminação, permitem observar com nitidez grandes áreas do hemisfério norte de Tétis, atravessado pelos arcos encarnados, de enormes dimensões.
O fenómeno não tem, até ao momento, qualquer explicação plausível para os cientistas da NASA. Poderá tratar-se de "gelo exposto com impurezas químicas", ou "o resultado de gases expulsos" do interior da lua. Outra hipótese sob investigação aponta para que estes arcos sejam afinal fraturas à superfície de Tétis, captadas a uma resolução demasiado baixa, que não as define com nitidez.
Esta espécie de grafiti não é comum nas luas de saturno, tendo sido observado apenas em pequenas crateras de Dione, outro dos satélites naturais do planeta, e na superfície da jovem lua Europa. "Os arcos vermelhos deverão ser geologicamente recentes, uma vez que atravessam outros relevos, como crateras de impacto, nas não sabemos quantos anos têm", admitiu o cientista Paul Helfenstein, que ajudou a planear as observações da sonda Cassini. "Se estas marcas são apenas finas camadas sobre o solo gelado, a exposição às condições ambientais na superfície de Tétis pode apagá-las em relativamente pouco tempo", explicou.
A equipa responsável pela missão está agora a planear novas observações, que deverão acontecer até ao final do ano, no mês de novembro, de forma a perceber a composição e a origem dos invulgares traços avermelhados.