sábado, 26 de abril de 2014

Aleitamento de mais de 3 meses reduz risco cardiovascular


Os bebés amamentados por mais de três meses têm menos probabilidade de desenvolverem doenças cardiovasculares na idade adulta, conclui um estudo hoje publicado.
Investigadores norte-americanos estudaram 7.000 jovens adultos e descobriram uma "ligação significativa" entre um aleitamento materno de curta duração ou baixo peso à nascença e níveis elevados de proteína C reativa (CRP), associados a um risco acrescido de doenças cardiovasculares.
A CRP é uma proteína sintetizada principalmente pelo fígado e tem um papel importante nas reações inflamatórias.
"Um aleitamento de três a 12 meses está ligado a uma baixa concentração sanguínea de CRP, da ordem de 20 a 30% por comparação às pessoas que não foram amamentadas", escrevem os investigadores da Universidade Northwestern, em Evanston, Illinois, no estudo, publicado pela revista Proceedings of the Royal Society B.
Segundo o estudo, os efeitos do aleitamento são "idênticos ou superiores" aos dos medicamentos na redução dos níveis de CRP nos jovens adultos.
O estudo concluiu também que os bebés que nascem com baixo peso têm maiores níveis de CRP em adultos.
"Bebés com mais peso à nascença e bebés que são amamentados por períodos mais longos terão níveis mais baixos de inflamação em adultos, e isso reduzirá o seu risco de ataque cardíaco e de outras doenças da idade", disse Thomas McDade, professor de antropologia na Universidade de Northwestern e líder do estudo.
O investigador admite que não se sabe o motivo desta ligação, mas os cientistas suspeitam que há alguma coisa no leite materno que melhora o sistema imunitário.
O estudo foi realizado junto de jovens adultos de 24 a 32 anos, originários de diferentes meios sociais e incluiu irmãos em que um foi amamentado e outro não, para eliminar o impacto socioeconómico.
O aleitamento exclusivo até aos seis meses é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que o apresenta como "um dos meios mais eficazes" de assegurar a saúde e a sobrevivência da criança.
Apesar disso, a organização reconhece que menos de 40% dos bebés no mundo beneficiam do aleitamento atualmente.

Madeira regulamenta observação de cetáceos


O Governo Regional da Madeira regulamentou, através de uma portaria, a observação de cetáceos na região, criando áreas excluídas de observação e um número máximo de plataformas e de viagens diárias admitidas face ao impacto causado pela presença humana.
A portaria publicada hoje no Jornal Oficial da Região refere que estas viagens, que têm tido um aumento significativo nos últimos anos, são determinadas "através de portaria" do secretário regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, em função da informação técnico-científica disponível e da aferição dos níveis de tolerância dos animais relativamente ao impacte causado pela presença humana.
De acordo com a portaria, as plataformas - embarcações utilizadas pelos operadores autorizados - que podem exercer o direito de fazer as viagens diárias são 37 e as viagens estão limitadas a três por dia.
A portaria define também uma zona de "área de exclusão da atividade de observação de cetáceos, com a área total de 1.021 quilómetros quadrados" que, de acordo com o mapa publicado, é delimitada a norte da ilha pela zona da Ponta Delgada, e a sul, pela Ponta de São Lourenço.
O representante da Associação de Comércio e Indústria do Funchal, Pedro Mendes Gomes, nesta área de observação de cetáceos, - e também ele proprietário de uma empresa de observação -, referiu que a portaria "é pacifica, pois já que havia um código de conduta assumido por todos referente a esta atividade".
Ainda assim, o representante alertou para a necessária fiscalização deste setor, já que existem outro tipo de embarcações que fazem a observação de cetáceos, mas não estão licenciados para o efeito.
"Há barcos de 'big game fishing' [caça grossa] que têm de fazer isso mesmo e não observação, o barco de parapente é para isso mesmo, os 'jet-ski' também não podem e isto significa que há agora um trabalho grande a fazer na distinção das embarcações e das empresas de observação", afirmou.

Cromossoma Y apareceu há 180 milhões de anos

Uma pesquisa feita por investigadores do Instituto Suíço de Bioinformática hoje divulgada estima que o cromossoma Y, que distingue os machos das fêmeas a nível genético, apareceu há cerca de 180 milhões de anos.
A equipa, liderada por Henrik Kaessmann, professor associado do Centro de Genómica Integrativa, no Instituto Suíço de Bioinformática, analisou amostras de vários tecidos masculinos, nomeadamente os testículos, de espécies diferentes e recuperaram os genes do cromossoma Y das três principais linhagens de mamíferos.
A primeira foi a dos placentários, que incluem seres humanos, macacos, roedores e elefantes, seguindo-se a dos marsupiais (como gambás e cangurus) e, por último, os monotremados (mamíferos que põem ovos, como o ornitorrinco e a equidna, uma espécie de porco-espinho australiano).
No total, os investigadores trabalharam com amostras de 15 mamíferos diferentes, representando três linhagens, mas incluíram o frango para estabelecer a comparação, descreve o estudo hoje publicado pelo SciencieDaily.
Ao invés de sequenciarem todos os cromossomas Y, o que teria sido uma "tarefa colossal", os pesquisadores compararam as sequências genéticas de tecidos masculinos e femininos para eliminar todas as sequências comuns a ambos os sexos, visando manter apenas as sequências correspondentes ao cromossoma Y.
Deste modo, os pesquisadores conseguiram estabelecer o maior atlas genético deste cromossoma masculino à data, concluindo que o mesmo gene que determina o sexo, chamado SRY, fora formado há 180 milhões de anos no antepassado comum dos placentários e marsupiais.
Em seres humanos e outros mamíferos, a diferença entre sexos depende de um único elemento do genoma: o cromossoma Y, que está presente apenas nos machos, com dois cromossomas sexuais X e Y, enquanto as fêmeas têm dois cromossomas X.
O Y é responsável por todas as diferenças morfológicas e fisiológicas entre machos e fêmeas, no entanto, há muito tempo o X e Y eram tidos como idênticos até que o Y se começou a diferenciar. Segundo a equipa, outro gene, AMHY, responsável pelo aparecimento de cromossomas Y dos monotremados terá aparecido a 175 milhões de anos.

Descodificado o genoma da mosca tsé-tsé


Resultado publicado na revista Science é considerado um marco fundamental para combater a doença do sono
Um grupo internacional de investigadores acaba de completar a sequenciação do genoma da mosca tsé-tsé, responsável pela transmissão da doença do sono, que constitui um flagelo para as populações da África sub-Sariana. Os resultados da investigação, publicados na revista Science, são considerados um passo científico importante, que a abre caminho a nova abordagens no combate à expansão do inseto e à doença que ele transmite.
"Este é um marco essencial para a comunidade científica nesta área",afirmou Geoffrey Attardo, investigador da Yale School of Public Health, nos Estados Unidos, que coordenou o trabalho. "A nossa esperança é que este novo recurso possa facilitar a investigação funcional [sobre o vetor e a doença] e ser um contributo para a comunidade que estuda a biologia do inseto", sublinhou o mesmo investigador.
A mesma expectativa, de que o novo conhecimento "possa conduzir a novos métodos para eliminar a doença", foi expressa pela médica e cientista Serpa Aksoy, uma das fundadoras do projeto, há 14 anos.
A doença do sono é fatal quando não tratada - e muitas vezes não é, porque os medicamentos são muitos caros e inacessíveis à maioria da população que vive nas regiões afetadas, no continente africano.
O projeto de sequenciação do genoma da mosca tsé-tsé iniciou-se no ano 2000 e levou 14 anos a completar, com a participação de 140 cientistas e um custo global de cerca de 10 milhões de dólares (7,23 milhões de euros), que foi em parte financiado pela Organização Mundial de Saúde.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Olá Nasa, estou na Terra!

A Agência Espacial Norte-Americana (NASA) desafiou a população mundial a assinalar o Dia da Terra com um auto-retrato com a indicação do local do planeta onde a pessoa se encontra.São milhares de selfies que chegam de todo o mundo.
A meio da tarde são já milhares as imagens disponíveis, um pouco de todo o mundo, contando-se ainda com a presença de vários internautas portugueses. Não só em vários pontos do país, mas também a partir do estrangeiro.
De acordo com a NASA, no evento criado nas redes sociais para o efeito, o objectivo é colocar as pessoas a mostrar o mundo ao mundo.
"Saia de casa e mostre-nos as montanhas, os parques, os rios, os lagos, os monumentos históricos. Diga-nos onde está com um sinal, escrito na areia, soletrado com pedras... é essa a ideia", refere a agência no Facebook.
Para participar, as pessoas podem ir à página da Nasa http://www.nasa.gov/content/goddard/globalselfie/#.U1aFdlVdW-M e descarregar um modelo de texto para localização da foto. Depois, ao carregá-la para a página do Facebook devem adicionar a hashtag #GlobalSelfie.








Lua de Sangue reflete feixe de luz verde


Numa imagem difundida pela NASA é possível ver-se a Lua de Sangue a refletir um feixe de luz verde.
Apesar de poder parecer uma cena retirada de um filme de ficção científica, a imagem recentemente difundida pela NASA não tem efeitos especiais. Tanto o raio de luz verde como a lua vermelha são reais e foram captados durante a madrugada de 15 de Abril.
A imagem da lua vermelha, apelidada de Lua de Sangue, foi captada na semana passada durante o eclipse total da lua. Assim, por se encontrar na sombra, a lua eclipsada reflete a luz avermelhada de todos os entardeceres e amanheceres da Terra.
O feixe de luz verde é um laser proveniente de um telescópio de 3,5 metros do Observatório Apache Point no Sul do Novo México, nos Estados Unidos, que é utilizado no projeto espacial Apollo para medir a distância da Terra à Lua com precisão milimétrica. O objetivo do laser é atingir o retrorefletor instalado na lua pelos astronautas em 1971. O feixe verde revela-se quando a atmosfera da Terra espalha parte da luz intensa do laser.
Determinando o tempo que leva o laser a ser refletido para a Terra, é possível calcular a distância entre a Terra e a Lua com extrema precisão, bem como testar a teoria da gravidade de Einstein.
A experiência com o laser durante um eclipse total utiliza a Terra como um interruptor de luz cósmica. O refletor lunar tem um maior desempenhado quando a luz solar é bloqueada do que quando a lua está iluminada pelo Sol durante a lua cheia normal, possibilitando imagens como a difundida pela NASA.

Investigadora portuguesa distinguida com Honoris Causa

Uma investigadora da Faculdade de Ciência do Porto será a única portuguesa no grupo de 10 doutores Honoris Causa que a Universidade de Estocolmo, Suécia, irá atribuir este ano, numa cerimónia a realizar em setembro, anunciou hoje a U.Porto.
"No mesmo edifício da capital sueca onde todos os anos são reconhecidos os laureados com o Prémio Nobel, Maria João Ramos, professora e investigadora da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), será agraciada com o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade de Estocolmo", refere a Universidade do Porto (U.Porto).
Fonte da Reitoria da U.Porto disse à Lusa que Maria João Ramos será homenageada pelo seu "relevante contributo científico no campo da proteómica computacional", área da Bioquímica dedicada ao estudo da estrutura e comportamento das proteínas através do computador.
Responsável pelo grupo de investigação em Química Teórica e Bioquímica Computacional da FCUP, Maria João Ramos tem "uma vasta reputação internacional nas áreas da catálise enzimática, mutagénese computacional, docking molecular e descoberta de drogas, sendo autora de mais de 250 artigos científicos em revistas internacionais", referiu a mesma fonte.
A professora catedrática e diretora do programa doutoral em Química da FCUP, é licenciada em Química pela Universidade do Porto e doutorada pela Universidade de Glasgow (Escócia) e pelo Swiss Institute for Nuclear Research.
Na Universidade de Oxford (Inglaterra) realizou um pós-doutoramento em Modelação Molecular e foi durante muitos anos diretora associada do National Foundation for Cancer Research Centre for Computational Drug Discovery da Universidade de Oxford.
Maria João Ramos é ainda membro do comité internacional de coordenação do mestrado e do doutoramento europeus em Química Teórica e Modelação Computacional, integrado no programa Erasmus Mundus, do qual faz parte a própria Universidade de Estocolmo.
Entre os homenageados encontram-se também, entre outros, Eleanor Sharpston, do Tribunal de Justiça da União Europeia, e o filósofo francês François Recanati.

Um planeta como a Terra a 500 anos-luz de distância


Descoberta de exoplaneta rochoso que pode ter água líquida e uma boa temperatura para albergar vida é anunciado na revista Science
É rochoso, com uma dimensão idêntica à da Terra e está à distância certa da sua estrela, uma anã, mais pequena do que o Sol, para ter uma temperatura média temperada e, sobretudo, água no estado líquido. Tudo condições essenciais à existência de vida. É o exoplaneta Kepler186f , o mais parecido de todos os que até hoje foram encontrados com a Terra.
Os investigadores que o identificaram, graças à observações do telescópio espacial Kepler, estão por isso entusiasmados. "É fantástico", congratulou-se o astrofísico James Kasting, da Universidade do Estado da Pensilvânia, um dos autores da descoberta. O seu colega David Charbonneau mostra a mesma satisfação e sublinha que este planeta "é uma das descobertas mais significativas do telescópio Kepler".
Este novo mundo é o quinto planeta do sistema solar da sua estrela, que está localizada a 500 anos-luz daqui e que é mais pequena do que o Sol."Estando na zona habitável do seu sistema solar, é dos melhores sítios [para procurar vestígios de vida]", sublinhou, por seu turno Stephen Kane, coautor da descoberta.
O primeiros destes novos mundo distantes foi identificado em 1995 pela equipa do astrofísico suíço Michel Mayor, e desde então já se descobriu mais de um milhar destes exoplanetas na órbita de outras estrelas da Via Láctea. Mais recentemente, com as observações do telescópio orbital Kepler, estas observações mudaram de escala e tornou-se possível detetar um maior número de planetas mais pequenos e rochosos. Este, agora, é o mais parecido de sempre com a Terra.
 

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Grande tubarão branco transatlântico pode estar grávida


O primeiro grande tubarão branco - uma fêmea - visto a atravessar o Oceano Atlântico de um lado ao outro pode estar grávida, segundo o responsável pela expedição que está a segui-lo
Lydia, como foi chamado o tubarão fêmea, foi sinalizado por satélite na costa da Florida no ano passado para permitir aos cientistas seguir os seus movimentos. O projeto foi iniciado para reunir dados sobre os movimentos, a biologia e a saúde dos tubarões para fins de preservação da espécie, bem como para a segurança e educação pública.

Chris Fischer, líder e fundador da organização de defesa de tubarões brancos "Ocearch" disse à BBC estar convencido que Lydia pode estar grávida e que terá sido por motivos ligados ao parto que o animal se dirigiu para o Mediterrâneo.

Lydia, que desde a sua sinalização já percorreu cerca de 30500 quilómetros, partiu da Nova Escócia (Canadá) e no domingo a "Ocearch" anunciou que tinha cruzado a Crista Médio-Atlântica. Apesar de muitas vezes se argumentar que as águas destes locais são muito frias para tubarões, Fischer afirma que estes animais "têm a capacidade de lidar com temperaturas de água muito baixas por longos períodos de tempo". O animal dirige-se agora em direção ao Reino Unido, onde já foram avistados grandes tubarões brancos anteriormente, embora não haja certezas para onde vai seguir.

Segundo os especialistas, o tubarão está saudável e reprodutivamente madura. Fischer disse à BBC que "se tivesse que adivinhar, diria que Lydia está grávida, que foi para mar aberto durante o tempo da gestação e que na primavera deste ano vai direcionar-nos para onde esses tubarões brancos bebés vão nascer". O responsável pela expedição acrescentou ainda que, da sua experiência, arriscaria afirmar que o parto seria no Mediterrâneo, perto da Turquia, mas que a imprevisibilidade do animal poderia fazer com que, a qualquer momento, voltasse para a Florida.

Milhões de tubarões são capturados todos os anos para remover as suas barbatanas, que são altamente valorizadas para fazer sopa de barbatana de tubarão e para curas tradicionais em alguns países asiáticos. Uma das mais recentes capturas de tubarões sinalizados pela "Ocearch" foi na Póvoa do Varzim.

O projeto "Ocearch" já marcou quase 150 tubarões, incluindo não apenas os grandes brancos, mas também tubarões-martelo, tubarões-tigre e outras espécies.

"Galinha do Inferno" viveu há 66 milhões de anos


Uma equipa de cientistas dos EUA descobriu uma nova espécie de dinossauro que foi batizada de "Galinha do Inferno". Os seus fósseis revelam uma criatura meio ave, meio lagarto, que teria bico e uma longa cauda.
Os ossos do "Anzu wyliei" encontrados são provenientes de três indivíduos e foram encontrados nos estados do Dakota do Sul e Dakota do Norte. O estudo foi publicado na PLOS ONE.
"Tínhamos indícios indiretos de que havia uma criatura assim, mas agora, com esses ossos, temos 80% de um esqueleto completo e podemos estudar com maior detalhe a estrutura deste dinossauro e perceber melhor a sua biologia", adiantou à BBC Hans Sues, curador do Departamento de Paleontologia e Paleobiologia de Vertebrados do Museu Smithsonan de História Natural, em Washington DC.
Os fósseis foram encontrados numa formação geológica norte-americana conhecida como Hell Creek, o que acabou por dar o apelido de Inferno ao esqueleto do animal que se assemelha a uma galinha.

Descobertas pegadas humanas com 800 mil anos


Os cientistas encontraram, pela primeira vez, pegadas humanas pré-históricas fora de África, na costa de Nortfolk, leste de Inglaterra. A descoberta é importante para identificar os primeiros seres humanos no Norte da Europa.
À BBC, Nick Ashton, do Museu Britânico, disse que as pegadas são "uma das descobertas mais importantes, se não a mais importante, feita nas praias da Grã-Bretanha", para além disso, irão "reescrever a nossa compreensão da ocupação humana no início da Grã-Bretanha e também da Europa".
Em maio do ano passado, a maré baixa, depois de uma temporada de forte agitação marítima, acabou por revelar as saliências identificadas, após a análise dos investigadores, como pegadas humanas.
"No início, não tínhamos a certeza do que estavámos a ver, mas depois ficou claro que as cavidades se assemelhavam a pegadas", relatou Ashton à BBC.
As pegadas foram lavadas e a equipa analisou-as em 3D. Ao ver as imagens, Isabelle De Groote, da Universidade John Moores de Liverpool, confirmou que as cavidades eram, de facto, pegadas humanas. Possivelmente, de acordo com a análise, serão de cinco pessoas, um adulto (que calçaria o número 42) e algumas crianças.
Embora não se possa, pelo menos para já, confirmar-se a espécie exata destes seres, os investigadores acreditam tratar-se de um antecessor do Homo que, outros estudos, confirmam ter vivido no sul da Europa. A espécie deverá ter passado para o Reino Unido através de uma faixa de terra que há um milhão de anos o ligava ao resto da Europa.
O processo de investigação foi filmado e o resultado será exibido numa exposição no Museu de História Natural de Londres, no final do presente mês.

Estrelinha de Santa Maria ameaçada de extinção


A ave mais pequena da Europa, a estrelinha de Santa Maria, nos Açores, corre o risco de extinção devido à degradação do seu habitat, encontrando-se na lista dos 13 vertebrados mais ameaçados do país.
"É o próprio Instituto Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade que plasma a estrelinha de Santa Maria [ou estrelinha de poupa] com o estatuto de perigo de extinção", referiu à agência Lusa o coordenador do Clube de Amigos Defensores do Património de Santa Maria, José Andrade Melo.
A estrelinha de Santa Maria, que se alimenta de insetos, vermes e aranhas, possui apenas oito a nove centímetros de comprimento e 12 a 14 de envergadura, é considerada importante no controlo biológico de algumas espécies e muito procurada no âmbito da atividade de 'birdwatching' (observação de aves).
José Andrade Melo explicou que a estrelinha de Santa Maria sofreu uma "regressão significativa" do seu efetivo nas duas últimas décadas, à semelhança do que aconteceu com o priolo, devido à perturbação do seu habitat natural e consequente redução dos alimentos.
A estrelinha de Santa Maria, que possui o nome científico de 'regulus regulus sanctae-mariae', vive em zonas dispersas na ilha, concentrando-se na zona do Pico Alto e no Barreiro da Faneca. Prefere os espaços com arbustos que contenham espécies da laurissilva (floresta húmida subtropical apenas existente na Macaronésia) para pernoitar e nidificar.
"O facto de a ave estar confinada a um espaço tão diminuto em termos territoriais, como é a ilha de Santa Maria, por si só já é merecedora do estatuto especial de conservação e da obrigação política e científica de criação de um plano de salvaguarda", defendeu José Andrade Melo.
Há dois anos, o Clube de Amigos Defensores do Património de Santa Maria e a representação local da associação ecologista Amigos dos Açores, com o apoio de várias entidades, propuseram ao Governo Regional que a estrelinha de Santa Maria fosse designada "a ave de 2012", visando alertar para a sua existência e perigo de extinção.
A proposta foi feita ao então secretário regional do Ambiente, a quem sublinharam a necessidade de realizar um plano de salvaguarda da estrelinha, através de uma equipa multidisciplinar.
Segundo José Andrade Melo, "houve aceitação" da proposta de conservação da espécie, mas "até hoje, para além da promessa, o que houve foi um pequeno estudo de inventariação do seu habitat preferencial".
"Em termos de quantitativo do efetivo populacional, nada existe feito, de uma forma muito clara, tendo-se plantado, entretanto, uma pequena mancha de árvores preferenciais da estrelinha, na zona do Pico Alto, com vegetação endémica, o que é manifestamente insuficiente", considerou.
José Andrade Melo defendeu, para além de um estudo que quantifique o efetivo populacional da ave e de uma elencagem das suas reais ameaças, um plano de ação, à semelhança do que foi desenvolvido para o priolo, ave endémica da ilha de São Miguel.

Aquecimento global não está a ser levado a sério

Jim Yong King, presidente do Bando Mundial

O aquecimento global não está a ser levado a sério e o tempo está a esgotar-se para evitar consequências como a seca e a inundação de cidades, disse na quinta-feira o presidente do Banco Mundial.
"Estamos a chegar rapidamente a um ponto em que não vamos ser capazes de manter o aquecimento global abaixo dos dois graus Celsius ", disse Jim Yong Kim no início da reunião de primavera do Banco Mundial e do FMI, em Washington.
O presidente do Banco Mundial defendeu que "o aquecimento de dois graus Celsius vai ter grandes implicações", indicando que "40% das terras aráveis de África desaparecerão e a cidade de Banguecoque poderá ficar submersa".
O Banco Mundial está a envidar esforços em várias áreas para combater as alterações climáticas, nomeadamente no preço do carbono, no financiamento da energia renovável, e na pressão exercida junto dos Governos para removerem os subsídios à energia.
No entanto, Jim Yong Kim receia que muitos tenham deixado de pensar nas alterações climáticas como um problema urgente.
"Daqui a 10 ou 15 anos, quando rebentarem batalhas devido à falta de acesso a água e comida, estaremos todos aqui sentados a pensar: Meu Deus, por que não fizemos mais naquela altura?", desabafou, confessando-se "extremamente preocupado", por "o mundo ainda não estar a levar o assunto suficientemente a sério".

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